17 novembro, 2008
O meu fiel amigo
Com aquele olhar meigo,
Fitou-me, impaciente,
Pedindo, todo lampeiro,
Algo para dar ao dente!
Seguiam-se uns gemidos
Finos e perseverantes;
Ao início, contidos,
Pouco depois, lancinantes.
Pêlo curto, cor de fogo,
Sarapintado de branco,
Batia-se por um ovo,
Usurpado pelo flanco!
Tinha aversão a gatos.
Assim que os pressentia,
Seguiam-se desacatos,
A qualquer hora do dia.
Qual batedor corajoso,
Que os parceiros motiva,
Seguia todo vaidoso
Na frente da comitiva.
Quando se lhe deparava
Alguma encruzilhada,
Nem tão-pouco vacilava,
Prosseguia a tirada!
Porém, um pouco à frente,
Observava, de esguelha,
Se fora consequente
Ou, simplesmente, aselha!
Aquele admirável cão,
Que coabitou comigo,
Foi, sem qualquer hesitação,
Um bom e fiel amigo!
António Castanheira-Portugal
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Um comentário:
Olá, Linda!
Desejo-te uma excelente semana.
Um abraço
António
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