
Redondo é o mar
Redondo é o mar
carregado de jangada
plúmbeo a leva a navegar
vai altiva e assoberbada
O que carrega é enxada
revolve a terra a sangrar
embora pareça ser nada
condenada a soçobrar
Para onde ela vai sem parar
te direi com minha espada
pulso a pulso calibrada
Naquilo que escrevo topada
do que entendo por lutar
tirando da terra para dar
(Jaime Latino Ferreira)
E com essa enxada revolvo
Tudo o que a terra me oferece
Quando nem tudo é o que parece
O abraço doce onde me envolvo
Sei que flutuar o mar me deixa
por fim
Mesmo que da jangada me perca
Abraçarei a onda que me cerca
Ao encontro do lugar mais fundo
de mim
(Maria João)
porque redondo é o mar
navego sempre...
vou e volto
ao encontro do mundo
na procura incerta de um "porto" de aconchego
que encontro muitas vezes
num barco ancorado
à beira do mar
onde sempre navego
vou e volto...
(Dulce AC)
na minha jangada alada
navega apenas
a estrada
de santiago protege
os marinheiros as baleias
e as luzes altaneias
que acendo todas as noites
no último degrau da escada
como não fosse nada
.
dos sonetos e dos barcos
topamos com o que se cria, porque redondo é o mar!
(Manuela Baptista)