Posso ouvir o vento passar, assistir à onda bater, mas o estrago que faz a vida é curta pra ver... Eu pensei.. Que quando eu morrer vou acordar para o tempo e para o tempo parar: Um século, um mês, três vidas e mais um passo pra trás? Por que será? ... Vou pensar.
- Como pode alguém sonhar o que é impossível saber? - Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer e isso, eu vi, o vento leva! - Não sei mais sinto que é como sonhar que o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer... E isso por que? Diz mais! Uh... Se a gente já não sabe mais rir um do outro meu bem então o que resta é chorar e talvez, se tem que durar, vem renascido o amor bento de lágrimas. Um século, três, se as vidas atrás são parte de nós. E como será? O vento vai dizer lento o que virá, e se chover demais, a gente vai saber, claro de um trovão, se alguém depois sorrir em paz. Só de encontrar... Ah!!!
Eu ando pelo mundo Prestando atenção em cores Que eu não sei o nome Cores de Almodóvar Cores de Frida Kahlo Cores!
Passeio pelo escuro Eu presto muita atenção No que meu irmão ouve E como uma segunda pele Um calo, uma casca Uma cápsula protetora Ai, Eu quero chegar antes Prá sinalizar O estar de cada coisa Filtrar seus graus...
Eu ando pelo mundo Divertindo gente Chorando ao telefone E vendo doer a fome Nos meninos que têm fome...
Pela janela do quarto Pela janela do carro Pela tela, pela janela Quem é ela? Quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado Remoto controle...
Eu ando pelo mundo E os automóveis correm Para quê? As crianças correm Para onde? Transito entre dois lados De um lado Eu gosto de opostos Exponho o meu modo Me mostro Eu canto para quem?
Pela janela do quarto Pela janela do carro Pela tela, pela janela Quem é ela? Quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado Remoto controle...
Eu ando pelo mundo E meus amigos, cadê? Minha alegria, meu cansaço Meu amor cadê você? Eu acordei Não tem ninguém ao lado...
Pela janela do quarto Pela janela do carro Pela tela, pela janela Quem é ela? Quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado Remoto controle...
Eu ando pelo mundo E meus amigos, cadê? Minha alegria, meu cansaço Meu amor cadê você? Eu acordei Não tem ninguém ao lado...
Pela janela do quarto Pela janela do carro Pela tela, pela janela Quem é ela? Quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado Remoto controle...
Milton Nascimento Composição: Lô Borges e Fernando Brant
Da janela lateral do quarto de dormir Vejo uma igreja, um sinal de glória Vejo um muro branco e um vôo pássaro Vejo uma grade, um velho sinal
Mensageiro natural de coisas naturais Quando eu falava dessas cores mórbidas Quando eu falava desses homens sórdidos Quando eu falava desse temporal Você não escutou
Você não quer acreditar Mas isso é tão normal Você não quer acreditar E eu apenas era
Cavaleiro marginal lavado em ribeirão Cavaleiro negro que viveu mistérios Cavaleiro e senhor de casa e árvores Sem querer descanso nem dominical
Cavaleiro marginal banhado em ribeirão Conheci as torres e os cemitérios Conheci os homens e os seus velórios Quando olhava da janela lateral Do quarto de dormir
Você não quer acreditar Mas isso tão normal Você não quer acreditar Mas isso tão normal Um cavaleiro marginal Banhado em ribeirão Você não quer acreditar