23 setembro, 2008

Garimpeiro de palavras




Todo dia
Pego minha picareta
Arrumo minhas tralhas
E sigo ao garimpo...

Diamantes, ouro, pedras preciosas...

No meu dia-a-dia
Às vezes
Não demora a encontrar algo valioso...

Às vezes, o tesouro está escondido...

Rosto suado
Roupa suja de poeira
Com fome, com sede,
Cansado...

Continuo
Com a picareta
Cavando
Explorando
Até encontrar algo...

E encontro: palavras...

E são valiosas
Como um veio de ouro
Uma esmeralda
Um diamante...

E as transformo
Em poesias
Em contos...

Em histórias fantásticas...

E distribuo este tesouro
Com as pessoas
Sem preconceitos
Sem egoísmo...

Todos podem enriquecer
Com o meu tesouro...

Às vezes
Transformam meu ouro em um pingente
Penduram-no no pescoço
Ou inserem-no na consciência...

E são mais felizes...

Às vezes
Consideram minhas palavras
Um tesouro falso...

E jogam-no no lixo...

E eu continuo
Com a picareta
Cavando meu cérebro
Explorando minha criatividade
Procurando meus sentimentos
Minhas dores, meus amores,
Minha utopia...

Esse é o meu tesouro.
É o que tenho
De mais valioso
Em mim...



(Jorge de Siqueira)

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